ESTE BLOG FOI CRIADO PARA A DISCIPLINA METODOLOGIA DO ENSINO DA HISTÓRIA II - MINISTRADA PELO PROFESSOR DOUTOR RICARDO PACHECO

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PLANO DE AULA REFEITO DA 1ª V.A.

PLANO DE AULA
Tema: Escravidão: do passado ao presente
Público alvo: 5º ano
Conteúdo: Brasil império, colônia e Atual
Bloco de conteúdo: Escravatura
Interdisciplinaridade: História, Português e Artes.
Tempo estimado: uma aula (4 h)

INTRODUÇÃO
Promover a reflexão sobre a utilização da mão-de-obra escrava no Brasil favorece o estabelecimento de relações entre passado e presente e possibilita debater sobre a condição da população negra na atualidade.

OBJETIVOS
v Conhecer o significado do conceito de escravidão durante os períodos colonial e imperial.
v Estabelecer relações entre a escravidão no passado e no presente, analisando semelhanças e diferenças através da leitura de imagens.
v Identificar a relação existente entre o trabalho escravo do passado e o trabalho escravo do presente.
v Confeccionar uma linha do tempo montada com imagens que retratem a história do trabalho escravo ao longo dos anos.
v Estimular a oralidade e escrita a partir das produções em aula.
v Trabalhar a leitura e interpretação de imagens.

MATERIAL NECESSÁRIO
            Imagens de trabalho escravo nos períodos colonial e imperial e na atualidade; cartolina; cola e tesoura e o texto a ser lido em sala.

METODOLOGIA
1º momento
            A aula terá inicio através de uma conversa informal acerca do que os alunos compreendem sobre a escravidão (10’’ a 20’’); em seguida será lido individualmente o texto: "Escravidão ontem e hoje: o trabalho compulsório ainda existe no Brasil", com o auxilio do dicionário. (40’’). Após a leitura será realizado um debate sobre o entendimento do texto, onde a professora irá definir o conceito de escravidão no passado (Brasil colônia e império) e presente (atualidade). (20’’).
2º momento
            A turma será divida em dois grupos e serão distribuídas imagens que retratam a escravidão no Brasil colônia e império e imagens que retratam algum tipo de escravidão na atualidade, para que os alunos façam a relação das imagens com a leitura do texto.  Será solicitado que os alunos façam anotações acerca da relação que estão estabelecendo das figuras com o texto. (30’’)
            Em seguida será realizada a apresentação da síntese feita por cada grupo. (30’’).
Neste momento será introduzida pela professora informações sobre a questão econômica e sua relação com a escravidão. (20’’)
3º momento
            Ainda divididos em dois grupos (os mesmos da atividade anterior) os alunos montarão uma linha do tempo com as figuras que já possuem, estabelecendo a relação do trabalho escravo com o tempo em que o mesmo ocorreu. Nesta atividade os alunos não precisarão datar os fatos, apenas relacionar as imagens em ordem cronológica, montado um cartaz.  (40’’).

CULMINÂNCIA
            Os alunos apresentarão suas linhas do tempo explicando a ordem escolhida para disposição das imagens e sua relação com a escravidão e o tempo ocorrido. (40’’)

AVALIAÇÃO
            A avaliação será realizada de acordo com o envolvimento e participação das crianças durante as atividades realizadas, levando em consideração as produções orais e escritas.

ANEXOS

TEXTO: “Trabalho compulsório ainda existe no Brasil” de Antonio Carlos Olivieri


A origem da escravidão ou do trabalho compulsório se perde nos tempos, aproximando-se das origens da própria civilização humana. Segundo o antropólogo Gordon Childe, em um determinado momento da pré-história, os homens perceberam que os prisioneiros de guerra - normalmente sacrificados em cultos religiosos - poderiam ser usados para o trabalho ou "domesticados" como os animais.
Nas civilizações da Antigüidade - Egito, Babilônia, GréciaRoma... - a escravidão era uma prática constante.
Somente na Idade Média, com a reestruturação da sociedade européia de acordo com a ordemfeudal, a escravidão foi substituída pela servidão, uma forma mais branda, por assim dizer, do trabalho compulsório.
Grandes navegações
Em termos mundiais, a escravidão ressurgiu com o mercantilismo ou capitalismo comercial, concomitantemente à época das grandes navegações.
O uso da mão-de-obra escrava - em especial do negro africano - desenvolveu-se nas colônias de além mar de países como EspanhaPortugalHolanda,França e Inglaterra.
Colonos endividados
Os imigrantes europeus e orientais que para cá vieram no fim do século 19 substituir a mão de obra escrava, recebiam um tratamento que se poderia considerar semelhante à escravidão. 
Na década de 1890, por exemplo, denunciavam-se em embaixadas estrangeiras as condições de vida a que eram submetidos os imigrantes europeus. Eram obrigados a comprar dos fazendeiros para quem trabalhavam as roupas que usavam, as ferramentas para o trabalho, sua própria alimentação, de modo que ao fim do mês em vez de um salário, recebiam uma lista de dívidas que haviam contraído, o que os obrigava a continuar trabalhando para os mesmos patrões.
Pior: a situação descrita no parágrafo anterior continua a existir no exato momento em que estas linhas são escritas e que você lê esse texto. Desde de a década de 1970 existem denúncias de que o trabalho escravo - apesar de constituir um crime - continua praticado no Brasil. O método empregado é o mesmo que se usava com os imigrantes, ou seja, forçar o trabalhador a endividar-se, de modo que ele seja forçado a trabalhar para pagar sua dívida. Para evitar fugas, capangas armados são espalhados nas fazendas, atuando como "neofeitores" ou capitães do mato.
Salvador e São Paulo
Em 2002, o Ministério do Trabalho libertou 2.306 trabalhadores escravos nas áreas rurais do país. Em 2004, foram libertados 4.932. Em geral, os Estados onde o uso do trabalho análogo à escravidão é mais freqüente são Tocantins,ParáRondôniaMaranhãoMato Grosso e Bahia
Neste último Estado, em fevereiro de 2004, a polícia libertou 40 trabalhadores em regime compulsório na cidade de Catu, a 80 quilômetros da capital, Salvador.
Mas ninguém pense que a escravidão no Brasil de hoje se restringe às regiões rurais. Em 21 de agosto de 2004 o Ministério do Trabalho pegou em flagrante o uso de trabalho escravo numa confecção do Bom Retiro, um bairro na região central da capital paulista. Tratava-se de imigrantes ilegais - paraguaios, bolivianos e peruanos - submetidos a uma jornada de mais de 16 horas de trabalho, em condições degradantes e monitorados pelos donos da empresa por circuitos fechados de TV.
12,3 milhões de escravos no mundo
Também não se pense que o trabalho escravo ou semi-escravo continua a existir exclusivamente no Brasil. A prática se mantém em diversos países da África e da Ásia (especialmente na China), mas é de se supor que o trabalho em condições precárias e de grande exploração esteja presente em todos os países ricos onde é grande o fluxo de imigrantes, como os Estados Unidos e a União Européia.
Um estudo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização das Nações Unidas, em maio de 2005, indica que existem cerca de 12,3 milhões de escravos no mundo todo, dos quais entre 40% e 50% são crianças.
Evidentemente, a escravidão ou o trabalho em condições semelhantes a ela é hoje um crime grave e aqueles que os praticam estão submetidos a penas legais, pagando multas, perdendo seus empreendimentos e, eventualmente, indo parar na prisão. Ainda assim, não deixa de ser assustador o fato de um fenômeno tenebroso como a escravidão atingir o século 21, acompanhando os quase 12 mil anos de existência do homo sapiens no planeta Terra.

IMAGENS
Brasil colonial e imperial








Brasil atual








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